quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Dois mesitos da Maria das Bochechas

E vão dois meses para a nossa bonequita bochechuda :)

Clara e Pixies

06:45: adianto-me ao despertador porque a Clara faz questão de também ela se adiantar, chorando e chamando pela mãe (o pai é persona non grata no departamento do "a quem é que vou pedir mimos").

Sequência das cenas:

1) o choro/birra persiste no quarto dela enquanto eu faço a barba na casa de banho (cheio de tranquilidade - NOT!);

2) a mãe irrompe do nosso quarto, deixando momentaneamente a Alice a domir na camita dela (tarefa diariamente hercúlea face à "complexa" forma de despertar da Clara);

3) mimos maternais sucedem-se enquanto eu dou os meus últimos retoques com a gilete, vestindo-me logo de seguida;

4) entro no quarto da Clara, a mãe regressa ao nosso quarto e principiam as cenas de "exorcismo" da nossa filha mais velha durante a minha batalha para a vestir, pentear, alimentar e meter a fazer xixi;

5) colo obrigatório até ao carro, mesmo que este esteja estacionado exatamente à porta do nosso prédio (e assim será entre o lugar de estacionamento na rua do colégio até à porta do mesmo) - qualquer resistência que eu ofereça neste âmbito levará a que todos os nossos vizinhos e moradores da rua do colégio acordem violentamente;

6) a viagem casa-colégio é a melhor parte deste pedaço do dia porque a Clara alterna, em total contraste com o furacão que é até esse momento, entre períodos de silêncio/introspeção infantil e comentários de elevada simpatia;

7) mas hoje, 29 de Outubro, a calmaria que habitualmente pontifica durante esta viagem é abalada por um grito que faz com que os meus ouvidos estremeçam;

8) razão: "METE A MÚSICA OUTRA VEZ!! EU GOSTO MUITO!!"

9) este grito horrível foi muito bom, confesso - a miúda quis ouvir em repeat o "Where Is My Mind", dos Pixies.

AH GANDA MIÚDA!! SE GRITARES SEMPRE DESSA FORMA MAS POR CAUSAS TÃO NOBRES COMO OS PIXIES, O PAI ADORA (os ouvidos é que não, mas enfim...)!!!!
 
 

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Diga tlinta e tlês!

Qual monumento celestial e onírico que se eleva crescente e elegantemente perante os olhos do comum mortal que eu sou, tu, também mortal mas eterna no teu esplendor simples de dar mais vida do que viver, aperfeiçoas-te e desenvolves-te com o devir que a fluência do tempo produz em ti.

E eu, que não mais sou do que um humilde visitante permanente da ala do museu do Louvre que é esta vida onde tu, obra brilhante e melíflua para mim, te encontras exposta num constante caleidoscópio de cenas de luta em sapatos de lã pelo amor e a felicidade, agradeço quase sem ter fôlego para o vigor que esse agradecimento encerra em mim.

Agora são 33 as pinceladas de Humanidade numa tela que paira magicamente por si só.

São 33 as intervenções de qualidade galopante na melhor escultura que a Arte me possibilita apreciar.

São 33 notas harmoniosamente elencadas para fornecer Música ao meu ouvido.

Parabéns, evidentemente, Amor da minha vida.

Obrigado, obrigatoriamente, pela Vida que tu me dás.

Amo-te para sempre*